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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Antiguidade Tardia, Resumo do Capítulo A Sociedade Romana Tardia do Livro A História Social de Roma, do Autor Géza Alföldy,

 Resumo do Capítulo A Sociedade Romana Tardia do Livro A História Social de Roma, do Autor Géza Alföldy, realizado pelo graduando em História Alan Cardoso Ferreira Santos.

Sobre o Autor:
Géza Alföldy nasceu na Hungria, estudou na Universidade de Budapeste onde em 1959, conquistou seu doutorado, é o autor de 30 livros.

 Sobre o Livro:
Data da primeira publicação: 1987, O autor analisa as mudanças estruturadas que se verificaram ao longo de um milênio, na República e, depois, com o Império. A ênfase da sua análise é colocada nos aspectos sociais.

 O que é Antiguidade Tardia?
Antiguidade Tardia denomina um período de tempo “ainda impreciso” que se localiza entre a Antiguidade Clássica e a Idade Média.



Condicionantes e Características Gerais:

 ... As condições sociais do “baixo império” assentavam-se em grande medida nas estruturas surgidas no período da crise, desde o final da época dos “Antoninos7” até “Diocleciano” (Crise do Século III d.C).
 Géza Alföldy defende a ideia de que as “sequelas” da Crise no século III d.C, permaneceriam até a “Queda do Império” em 476 d.C. Segundo ele, nos governos de Diocleciano (284-305) e Constantino o Grande (306-337), devido a “severas medidas” a situação econômica estava estabilizada até o reinado de Valentiniano I (364-375), mas, as consequências das transformações no século III já eram irreversíveis. Pág. 200

 A organização da antiguidade tardia não foi substituída por uma nova estrutura social, mesmo no século VI, quando o sistema de governo romano já não existia no ocidente. A transição da Antiguidade para a idade media, portanto, não foi repentina, mas fez-se através de uma larga faixa de transformações graduais em que, a queda do império romano, apenas consistiu em um ponto de viragem decisivo, na medida em que significava o colapso do enquadramento político da sociedade Romana. Pag.200.L 8.

Algumas cidades do império até conheceram um ultimo período de prosperidade, mas a produção de mercadorias e comercio jamais voltaram a atingir a prosperidade dos primeiros tempos da era imperial (...). A importância da agricultura como principal fonte de rendimento aumentou, ainda mais que anteriormente, mesmo sofrendo de fraquezas estruturais derivadas de vários problemas, entre eles a falta de mão de obra e por um tipo de agricultura pouco rentável praticada pelos colonos. Pág. 201. L. 01

As dificuldades econômicas aumentaram enormemente após a eclosão da nova crise política desencadeada pelas primeiras migrações sob pressão dos Hunos em (375). Essa crise provocou em pouco tempo a devastadora derrota de Roma para os “Godos” Em Adrianópolis (Pág.201.L13), “atualmente Edirne, na Turquia” no ano de (378). O desastre para o lado romano foi tanto que, em poucas horas, 20 000 dos melhores soldados do império perderam a vida. O próprio imperador Valente, muitos capitães, 35 tribunos, dois altos funcionários do palácio e dois generais pereceram no combate. (Wikipédia) Pág.201.L.9

Em 395 d.C, morre o Imperador Teodósio I, esse fato provocou modificações profundas: O Império Romano foi definitivamente dividido em dois, a parte Oriental ficou sendo administrada por Flávio Arcádio seu filho mais velho, e a parte Ocidental ficou com Flávio Honório (Ainda Adolescente), o Pai deles, Teodósio I, foi o último imperador a concentrar o governo das duas partes do Império Romano. Pág.203.Linha.09 e (Wikipédia)

 A parte ocidental administrada por Flávio Honório foi invadida pelos Bárbaros, tendo como resultado o abandono e a destruição de muitas cidades com terríveis consequências principalmente para a produção de mercadoria e comércio. Até ali jamais tinha ocorrido uma paralisação completa da produção e do comércio e a vida urbana nunca tinha cessado completamente em parte alguma do Império. Pág.201L.13

Já o império Romano do Oriente, Segundo o autor, se encontrava em condições sociais, em parte, mais favoráveis e menos ameaçadas pelos bárbaros, conseguindo “aguentar-se” e reformar, a pouco e pouco, o seu próprio sistema de governo. Pág.203.Linha.10

Esses acontecimentos provocaram mudanças nas relações entre a cidade e o campo, agora, esta ultima ganha protagonismo e autossuficiência, Segundo o texto, “Logo no século IV, as propriedades rurais adotaram a prática de suprir suas próprias necessidades de bens manufaturados, não através do comércio, mas do próprio fabrico”. Assim sendo os proprietários de latifúndios eram ainda mais importantes que anteriormente e constituíam a camada economicamente dominante da sociedade romana tardia tornando-se os mais pobres cada vez mais dependentes deles Pag.201. L.24

O autor ressalta que, apesar desse processo evolutivo se encontrar ligado à decadência do (Imperium Ramanum) não pode de modo algum ser atribuído exclusivamente a eles e a crescente pressão dos bárbaros, mas a causa ainda mais complexas, podendo as principais causas sociais serem incluídas no conceito de “ALIENAÇÃO” da sociedade romana em seu sistema estatal. Pag.201.L.31

 Para combater as dificuldades desse ultimo período da antiguidade só restava à monarquia imperial recorrer a uma política de força e de centralização, todavia, isso exigia um dispendioso aparelho de poder e, dada a escassez de recursos, o estado resolvia obrigando algumas categorias de trabalhadores a prestação de serviços e criando um complicado sistema fiscal exagerando na carga tributária o que fez alguns grupos da população a verem o estado como inimigo, até os proprietários de terra deixaram de se sentir representados pelo império. Pag.202.L.01

Segundo o autor, nos últimos tempos do Império o caráter despótico da monarquia acentuou-se, para os pagãos os imperadores continuavam sendo deus enquanto para os cristãos eles eram “governantes pela graça de Deus”, Mas não era essa diferença que afetava o caráter sagrado do imperador, mas sim a "infinita distancia que o separava de seus súditos”. O contato entre eles caracterizavam-se por um rigoroso cerimonial, muito influenciado por modelos orientais. Pág.202.Linha.14

Existia um imenso aparelho burocrático, conforme as reformas de Diocleciano e Constantino, o poder do imperador era garantido por mais de 435.000 homens, além de servidores privados do imperador, administração central e comandante militar administrativo como função no aparelho do estado. Eles tinham a missão de garantir a coesão do império e executar o sistema coercitivo de prestação de serviços e pagamento de impostos. Pág.202.Linha.27

O poder do império era sublinhado pelo fato do senado ter perdido sua importância. No século IV d.C, o regime encontrava-se forte para afirmar e manter a unidade do império, contudo a opressão exercida sobre algumas camadas da população levou a que se desligasse cada vez mais das raízes que o ligavam a própria organização social. (Pág.202.L.37)

O império com seu aparelho de estado tornaram-se assim (...). Um pesado fardo que oprimia a sociedade e ao mesmo tempo cerceava a evolução social. As migrações enfraquecia o Império que não mais podia proteger seus súditos do inimigo exterior. (Pág.203.L.03)

Nessas condições, diz o texto, as bases tradicionais da estratificação social do Império Romano Tardio tiveram que se alterar ainda mais do que no século III. Vejamos algumas características citadas pelo autor: (Pág.203.Linha.23)
* A diferença social entre os detentores do poder e os destituídos dele aumentou (Pág.203.Linha.34) .
* Poder real de grupos sociais condicionados a relação com o Imperador e não origem étnica (Pág.203.Linha.38) .
* Influencia de elementos da corte superior ao dos senadores vulgares (Pág.203.Linha.41).
* As pessoas mais influentes eram os membros do “Santo Consistorium” “Chefes mais altos do administrativo, generais e pelos mais privilegiados dignitários eclesiásticos”. (Pág.204.L02)
* Uso Obrigatório do vestuário adequado à categoria social a partir de lei do ano 382 em Constantinopla (Senatores, Milites, Officiales, Membros do aparelho administrativo civil e os servi).
* A partir de Constantino o Exercito passou a ser recrutado entre os Bárbaros principalmente Germanos. (Pág. 205L.01)
* Situação Jurídica Ganha Status Secundário * Cidadania Perde Importância * Diferença entre homens livres (Pobres) e escravo ganhou significado meramente teórico.
*Aumento significativo da origem pessoal na determinação da posição social
* Valorização de Capacidades Individuais (As estruturas governativas do Baixo Império Exigiam capacidades e méritos para ocupar cargos Burocráticos e na igreja).
 Aqui o autor afirma que a estrutura social do império nesse momento divergia bastante dos primeiros tempos e essa estrutura era muito semelhante a que se formou na crise do século III. (Pág.205 L32)

As Camadas Superiores
As Camadas Inferiores

A Sociedade Romana Tardia e a Queda do Imperium Romanum “Quem entre os Ricos não se esforça por expulsar o pobre da sua pequena propriedade, expulsar o necessitado do bocado de terra que herdou?... Os pobres são assassinados todos os dias”.
Ambrósio.

Esse questionamento de Ambrósio (Arcebispo de Mediolano um dos mais influentes membros do clero no século IV), reflete a situação de pobreza, falta de liberdade e opressão vividas pelo povo romano na eminência da queda do império. Pág.223.
A pobreza falta de liberdade e opressão sempre foram características de Roma em todas as épocas, todavia no final do império foram agravadas e a miséria e penúria atingiram camadas mais vastas.
Até mesmo as camadas superiores a partir do século III se viram relegados a um nível econômico e social e político próximo aos das camadas inferiores
Nesse período a camada populacional que vivia bem era restrita as tensões sociais eram fortes.
O Movimento de resistência rural mais generalizado foi o movimento “Agonístico” cujos participantes eram chamados “circumelliones” esses se juntaram também a colonos e escravos fugitivos, configurando-se em um forte movimento religioso e social que se dirigiam contra os ricos e, sobretudo contra a Igreja Católica. Pág.224L.19.

As causas das agitações nas cidades eram muitas: Escassez de: trigo, vinho (devido às más colheitas as dificuldades de transporte), conflitos políticos e corrupção. Em 356 a prisão de um condutor de carros muito popular gerou onda de ódio. A eleição de um Papa em 366 desencadeou motim. A deposição do Bispo Basílio pelo imperador Valente, a qual o povo era a favor do Bispo e Aumento de impostos. Todavia todos esses protestos, segundo o autor tinha uma única origem, as tensões sociais nas cidades causadas pela pobreza e a repressão brutal do estado. Pág.224L.37

O texto diz ainda que uma verdadeira revolução das massas rurais, naquele contexto era impossível (...), mesmo com todos esses motins e revoltas, segundo ele, nem a decadência do sistema de governo romano, nem a transição do sistema social do antigo para o medieval eram suficientes para isso. A ligação servil das massas de colonos aos grandes proprietários de terra não sofreu alterações, o objetivo dos colonos e dos escravos fugitivos não eram a formação de grupos para a luta contra os proprietários de terras, eles simplesmente fugiam de uma propriedade para outra na esperança de serem tratados de maneira melhor pelo outro senhor Pág.225L.29

Não havia, porém, (...) uma classe revolucionária homogênea, os diferentes grupos sociais tinham interesses diversos. As revoltas representaram um papel secundário no processo de dissolução do sistema de governo romano. A decadência do império romano do ocidente foi assim um processo cujo significado (...), não reside nas revoltas das camadas inferiores contra o sistema de governo apoiado pelas camadas superiores, mas no fato de a organização estatal de Roma se apoiar apenas numa camada, cada vez mais restrita do seu próprio aparelho, acabando por se tornar uma sobrecarga para toda a sociedade. Pag.226.L1

Apesar de Roma não se configurar em uma sociedade de castas, o sistema social era estático o que impunha aos comerciantes, colonos, entre outros o exercício compulsivo de uma profissão além da hereditariedade também compulsiva das posições sociais. No Tempo de Valentiniano III (424-455), fechou-se uma das poucas portas permitidas de ascensão social foi proibido que colonos escravos e comerciantes exercessem cargos eclesiásticos. Todavia, era possível ascender socialmente, essas restrições, não impediam que elas ocorressem na prática, inclusive, em clara contradição, no próprio aparelho do estado e no exército. (Pag 227, Linha 34).

 Havia ainda outros fatores de alienação da população em relação ao estado, assim como informado anteriormente as grandes propriedades de terra tornava-se cada vez mais independente e autossuficiente política e economicamente dentro do estado. O proprietário Rural Vivia em seu Latifúndio e ali na prática exerciam um poder absoluto, como por exemplo, julgar colonos ou nomear juízes para esse feito, com poder para penalizar inclusive com pena de morte. Pag.228.L6.

Principalmente a partir do século IV d.C, os grandes proprietários apoiavam-se cada vez mais em seu pessoal para resistirem inclusive aos ataques bárbaros, por vezes, aponta o autor, esses exércitos particulares combatiam com mais êxito que as tropas regulares, a única ligação entre essas grandes propriedades e o poder central se dava através das obrigações fiscais. Pag.228.L25

A alienação da população em relação ao império foi reforçada pelo chamado movimento dos patrocínios, que era uma forma de evasão ás injustiças e a sobrecarga fiscal por alguns camponeses independentes, colonos e até habitantes de aldeias inteiras, Citando Salviano (escritor cristão do século V) o autor explica como funcionava o (Patrocinium). (Pág.228L.37

Os indivíduos colocavam-se sob a proteção (Patrocinium) de uma pessoa influente do exército, administração civil ou de grandes fazendeiros a quem em troca entregavam primeiro com presente, depois com pagamento regular, produtos agrícolas ou dinheiro. Tratava-se de uma comunhão de interesses entre as partes que eram contrários aos interesses do estado. Pág. 229. L. 1

O Estado tentou "por cobro" ao movimento a partir de 368 d.C, a medida, assim como vários outros decretos não conseguiu deter o avanço dos “patrocinium” que acabou sendo legalizado em 415 d.C. O que significava que nem só a população das grandes propriedades, mas, toda a população dos distritos se "libertava" assim do sistema de governo imperial, chegando a haver numerosas comunidades urbanas que procuravam proteção através de processos semelhantes. Pág.229.L.10
O alastramento dos “patrocínios” teve para a monarquia imperial consequências piores que as revoltas isoladas, como o pagamento dos impostos “falhasse com frequência” (pag. 229. L 29), as fontes para manutenção do aparelho do estado estavam ameaçadas, foi necessário aumentar a tributação onde o sistema ainda funcionava, aumentando o descontentamento. Pág.229.L.27.
Mas houve círculos muito vastos, que tinham uma perspectiva diferente da visível decadência da odiada monarquia imperial. Preferiam viver sob o domínio dos Bárbaros, pois, nos estados territoriais germânicos o sistema de governo baseava-se em formas de dependência feudal e não num aparelho de poder opressivo e num sistema fiscal estatal. Pág.230.L.06
 Ao passo que crescia o numero de Romanos fugindo para territórios Bárbaros. Salviano (escritor cristão do século V), escreveu: "Procuram-se entre os Bárbaros a humanidade dos romanos, pois não conseguem suportar entre os Romanos a desumanidade Bárbara”. Pág.230.L.16
 Não só as forças destinadas a deter os bárbaros encontravam-se enfraquecidas como os próprios romanos se habituaram a considerar os bárbaros como um mal menor em comparação com o sistema estatal romano vigente, assim, segundo o autor, o império se viu obrigado a não só tolerar a fixação dos bárbaros em seu território, mas a também promovê-la em seu próprio interesse e assim, e conclui afirmando que agindo assim Roma cavara sua própria sepultura. Pág.230L.19
Vastas regiões do império ficaram desertas, pois uma parte da população fugiu para as grandes fazendas no regime de “patrocinium” e a outra parte fugiu para os territórios bárbaros.
Ambrósio escreveu: A morte era um destino comum, não só dos homens como também das cidades e das áreas rurais.
Com o agravamento do problema o império, na passagem do século IV para o V passou a promover a instalação de bárbaros nessas terras.
Outro problema era com o exército. Gradualmente tornou-se proibido o alistamento a todos os grupos populacionais e, também nesse caso, foi necessário recorrer aos bárbaros que ou integravam o exercito romano de maneira regular ou, como passou a ser usual, a partir do século IV, eram contratados, no regime de confederados (foederati), organizados em grupos de guerreiros da “própria raça”. Pág.230L.37
A instalação de grupos Germânicos no império destruiu a infraestrutura existente do sistema de governo imperial, todavia a coexistência da população romana e germânica funcionava ao contrario do que se podia esperar, em função das diferenças culturais e linguísticas, sem grandes atritos.
O sistema de valores religioso e ético comum a romanos e bárbaros, o cristianismo, contribuiu decisivamente, no século V, para a aceitação dos Germanos pela população local, o cristianismo não provocou segundo o autor a decadência do sistema de governo romano, segundo ele, o patriotismo dos romanos cristãos, de maneira geral, não era inferior ao dos contemporâneos pagãos. Pág.231L.31
O papel do Cristianismo na decadência de Roma Ocidental resultou mais do fato de ter sido adotado e seguido também pelos germanos. “Anteriormente o sistema de valores da sociedade Romana tinha sido o “Mos Maiorium” costume dos ancestrais” que erguera uma fronteira intransponível entre romanos e não romanos.
Agora os romanos cristãos partilhavam com o bárbaro cristão a sua religião e sua ética, os bárbaros em função da cristianização já não era mais inimigos (Hostes), mas, irmão (Fratres), segundo a visão de Orósio, historiador e teólogo, Romanos e Germanos, viveriam em conjunto, em seu sonho era um império cristão e seu futuro estava na constituição de estados territoriais governados por germanos, chamado: A ROMANIA. (Roma + Germânia)
A estrutura da sociedade não se modificou, pelo contrário, foi reforçada pelo alastramento de formas de dependência de tipo feudal entre os grandes proprietários e vastos grupos da população. O antigo enquadramento político tornou-se cada vez mais anacrônico devido a essa evolução, até que se desagregou.
Os Hunos foram inimigos implacáveis dos Romanos, Esses conflitos viriam culminar com as ações de Átila, o mais famoso rei Huno, a batalha mais importante entre esses impérios foi ocorrida nos “Campos Catalaúnicos)” em 451 d.C, essa batalha foi vencida por Roma e seus aliados, mas Átila "e seu soldado Orestes" sobreviveram e ainda causou muitos prejuízos a Roma, justificando se apelido de praga oi flagelo de Deus. Há ainda a narrativa de que ao atacar Roma em outra ocasião, tendo como pretexto tomar a mão da irmão do imperador em casamento, Átila só parou diante da intervenção do papa Leão, fazendo-o recuar e parar com os ataques. (Wikipedia)
O fim da antiga estrutura política foi assinalado pela morte de Orestes, General do Exército Romano e a deposição do “último imperador do ocidente”, seu filho Rômulo Augusto, pelo chefe mercenário germânico Odoacro no ano de 476 d.C.
Em 474 d.C o Imperador do Oriente Leão I, envia Júlio Nepos (Sobrinho em Latim), marido de sua sobrinha, para render Glicério (Eleito pelos Germânicos em 473 d.C), sem o choque militar, Nepos depôs Glicério nomeando-o bispo de Salona na Dalmácia. Uma vez Imperador do Ocidente, Nepos Em 475 d.C, nomeia Flávio Orestes “Magister Militum”, espécie de auto General, (Orestes tinha origem bárbara, mas educação romana), nesse mesmo período, Odoacro, também bárbaro cujo pai a exemplo de Orestes, tinha Servido ao Imperador Átila “O Huno”, era líder de uma milícia Bárbara que servia ao Império. Nepos envia Orestes á Gália (?), Orestes não cumpriu a ordem e volta a Ravena a procura o Imperador Nepos e não o encontra, Nepos foge para a Dalmácia (Continua a Reinar?). Em Ravena Orestes Nomeia se filho Romulus Augustus que tinha idade entre 15 e 18 anos, no entanto alguns grupos de mercenários Bárbaros que eram pagos pelo Império exigiu terras dentro do território do Império, Orestes não aceitou, esses grupos aliaram-se a Odoacro para lutar e matar o regente imperial Orestes. Todavia poupou a vida do seu filho, o “imperador” Rômulo Augusto. Assim, o Bárbaro Odoacro tornou-se rei, marco que a historiografia localiza como fim do Império Romano Ocidental.

O autor conclui apontando semelhanças entre a crise que levou a queda da República (27 a.C), com a que pôs fim ao Império (476 d.C), segundo ele, tanto em caso quanto no outro as estruturas básicas da organização social vigente não se modificou e apenas ruiu um sistema político obsoleto. Enquanto sobre as ruínas da República se ergueu um novo sistema estatal tão romano quanto o anterior, após a queda do império Romano do Ocidente o papel deste coube a novos Estados.
O historiador húngaro Géza Alföldy, foi um gigante intelectual, que gostava de reunir estudantes ao seu redor para discutir documentos de forma exaustiva, mostrando todas as dificuldades na sua interpretação, todas as possibilidades e tudo o que eles ofereciam. Alföldy faleceu de um ataque cardíaco durante uma visita à acrópole, em Atenas: Uma partida “Conveniente” para a de alguém tão interessado em antiguidade.
Fontes:
 A Historia Social de Roma (Géza Alföldy).
Wikipédia, a enciclopédia livre.
Pesquisa e Organização: Alan Cardoso

Estudante de Licenciatura em História pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

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