UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA)
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIENCIAS
HUMANAS (FFCH)
DISCIPLINA
SEMINÁRIO TEMÁTICO (FCHD94)
ENSAIO SOBRE O CONTEÚDO APRESENTADO ATRAVÉS DOS TEXTOS
DE TRÊS DOS AUTORES CUJOS TRABALHOS FORAM DESENVOLVIDOS NA DISCIPLINA SEMINÁRIO
TEMÁTICOS NO SEMESTRE 2018.1.
DOCENTE: J. T.
DISCENTE: ALAN
CARDOSO FERREIRA SANTOS
25/JULHO/2018
INTRODUÇÃO:
Esse documento buscará
estabelecer, conforme proposto, um “diálogo” entre três, dos diversos textos e
autores trabalhados no decorrer do semestre 2018.1, do componente Seminário
Temático do curso de licenciatura em história da Universidade Federal da Bahia
UFBA. A escolha dos textos e autores levou-se em consideração o tema proposto
por cada um, feitiçaria e bruxaria, dois deles, na Europa do período moderno e
um na África, no século XX. Ao decidi sobre esses autores naturalmente assumi o
compromisso de estabelecer as importantes e necessárias diferenças conceituais
e metodológicas, entre eles, bem como evitar anacronismos e outras anomalias
conceituais dada as dieferenças temporais e metodológicas entre os documentos, por
outro lado, ao tentar estabelecer tais conecções terei a oportunidade de
trabalhar com o contraditporio, com o diferente e isso certamente enriquecerá o
texto.
Os documentos selecionados são: Feitiçaria e Cultos Agrários nos Séculos XVI
e XVII, capítulo 3, do livro: Os Andarilhos do Bem, do historiador Italiano
Carlo Ginzburg; A Bruxaria É Um
Fenômeno Orgânico E Hereditário, capítulo 1, do Livro: Bruxaria, Oráculos
e Magia entre os Azande, do antropólogo inglês Edward Evan Evans-Pritchard e: A Feitiçaria na Europa Moderna da
historiadora brasileira Laura de Melo e Souza.
O assunto Bruxaria e Feitiçaria, tratado
em qualquer espaço e em qualquer tempo é sem dúvidas um tema emblemático e extraordinário,
é lidar com tradições, práticas e imaginário que à séculos acompanham a cultura
de vários povos de várias partes do mundo. Na Europa, até o Renascimento, era
assunto recorrente, não só nas camadas populacionais mais populares era recorrente
igualmente entre os grandes intelectuais, essa é inclusive a abordagem
realizada por, José Pedro Paiva em sua obra Bruxaria e Superstição num País Sem Caça as Bruxas, ali este autor
discorre que bruxaria e feitiçaria era pauta para escritos de intelectuais
reconhecidos até hoje como Jean Bodin, que foi, entre outras
coisas, fundador da sociologia política e da história comparada das formas
políticas, e que concomitantemente a isso foi severo perseguidor de bruxas e
autor de um enorme tratado sobre as formas de as perseguir. Na Àfrica, conforme
veremos, a bruxaria era algo implícito em várias culturas, segundo E. E.
Evans-Pritchard, a bruxaria desempenhava um papel em todas as
atividades da vida (...), Não existe nicho ou recanto da cultura zande em que
não se insinue. Foi no intuito de
trabalhar os conceitos diferentes de Bruxaria em diversas localidades do
planeta e em diferentes períodos de tempo que se pensou em selecionar três
textos que contemplem essa característica. Nesse primeiro momento o esforço será tornar claro os
conceitos de feitiçaria e bruxaria de cada uma das comunidades estudadas a
partir das pesquisas dos autores selecionados para esta atividade, naturalmente,
como já foi dito, existe a preocupação em estabelecer, no processo de “encaixe
e desencaixe” das narrativas, sobre o tema e estabelecimento de possíveis
diferenças e similaridades as devidadas distancias temporais, geográficas e
conceituais entre os documentos.
O antropólogo E. E. Evans-Pritchard, em
sua pesquisa realizada em comunidades Azande,
localizada no Sudão anglo-egípcio, durante a década de 1920 e publicado em 1937,
concluiu que para o povo “Zande” a bruxaria e a fetiçaria, são coisas
distintas, segundo o texto a bruxaria é uma substância existente no corpo dos
bruxos, o autor não deixou claro em sua pesquisa, em que órgão do corpo o povo Zande “guardaria” a substancia bruxaria,
e a descreveu como uma pequena bolsa ou inchação enegrecido e oval, dentro da
qual costuma ser encontrada uma variedade de pequenos objetos, em princípio um
bruxo não apresenta sintomas externos de sua condição.
Mangu “bruxaria” é, para o povo
Azande, assim como foi descrito acima, um fenômeno organico, e, segundo o autor, também hereditário, sendo,
portanto, algo que pode ser herdado. O texto afirma que a bruxaria é transmitida
por descendência uni linear, dos genitores a seus filhos, isto é, os filhos de
um bruxo são todos bruxos, mas suas filhas, não; as filhas de uma bruxa são
todas bruxas, mas seus filhos, não.
Laura de
Mello e Souza, em seu livro Feitiçaria na Europa
Moderna faz uma descrição bem ampla sobre bruxaria e feitiçaria no tempo e
espaço proposto (europa moderna), sua abordagem tem início no século XIV
europeu. Ao falar acerca da bruxaria, a autora discorre sobre esse emblemático “personagem”
o descrevendo em diversas perspectivas, entre elas, assim como o fez Evans-Pritchard, sobre os Azande, no
aspecto da hereditariedade, todavia com diferenças significativas, se entre os
Azande (Século XX), os filhos de um bruxo são todos bruxos, mas suas filhas,
não e as filhas de uma bruxa são todas bruxas, mas seus filhos, na europa
(Período Moderno), segundo a autora, não havia esse condicionante, Laura de Mello e Souza, cita o caso ocorrido em 1620 (Século
XVII), no Alto Saona, segundo o texto, esta foi a primeira acusação judicial feita, na europa,
a uma acusada de bruxaria tendo como base o fato desta (Anne Humbert) ser filha
de um bruxo (Pierre Humbert), todavia, feitiçaria, para a autora, eram pessoas
responsáveis pela fabricação poções e filtros mágicos com vistas a solucionar
problemas com os quais se achassem envolvidas, conceito em muito diferente das
do Azande, que como foi visto era caraterizada por uma espécie de “anomalia”
biológica e anatomica.
O historiador italiano Carlo Ginzburg em seu livro Os Andarilhos do Bem, encontra em suas pesquisas um movimento
que foi identificado, através das confissões de seus adeptos, como “uma seita
organizada militarmente” que tinha o objetivo de combater contra feiticeiros e
bruxas, através de batalhas, batalhas essas realizadas “em espírito”, portanto
enquanto “combatiam” deixavam seus corpos na cama. Os “Benandanti” “Andarilho do Bem”, em princípio, segundo
o autor, não eram considerados feiticeiros, pelo contrário, eles afirmavam que
combatiam em nome da fé cristã e da fertilidade dos campos e contra feiticeiros
e bruxas. O santo ofício demorou um pouco até atribuir similaridades sólidas
entre Benandati feiticeiros e bruxas,
desde o início do período moderno na europa (Séculos XIV e XIV), foi se
construindo um olhar sobre a figura das bruxas, atribuindo a estas, caractéristicas
bem específicas e sobretudo esteriotipadas imputadas por suas práticas, ou (pseudo)
práticas, a criação do conceito de feiticeira na europa pesquisada por Laura de Mello e Souza leva em
consideração também o comportamento e até mesmo características físicas. Entre
os Azande ser um bruxo não era considerado algo necessariamente condenável, mas
sim o exercício dessa particularidade, um homem nunca pergunta aos oráculos,
único poder capaz de detectar a localização da substância-bruxaria nos
viventes, se um determinado indivíduo é ou não bruxo. O que ele pergunta é se,
nesse momento, aquele homem lhe está fazendo bruxaria.
Laura
de Mello e Souza assim como E.
E. Evans-Pritchard, entre os Azande, na África, estabelece diferenças
entre feitiçaria e bruxaria, mais a frente trabalharemos mais, sobre tais
diferenças conceituais, no texto Feitiçaria
na Europa Moderna, fica evidente que o modelo concebido na época da figura
da bruxa era, como já foi dito, carregado de preconceitos e esteriótipos, apresentavam-na
como: velha, enrugada, vesga, desdentada, com verrugas, grisalha e com mãos
ossudas, corcunda, roupas sem forma definida e preta, chapeu pontiagudo e
gargalhada aterrorizante, ela afirma ainda que as mulheres sozinhas, solteiras
ou viúvas constituiam a maioria das acusadas nos processos, diz ainda que se fossem
feias e velhas, a suspeita ficava ainda mais forte.
Carlo
Ginzburg, esclarece em sua pesquisa sobre os “Benandanti”
que, apesar desta, ser uma seita secreta, os Andarilhos do Bem, quase sempre revelavam suas atividades e, como
sabemos, seus membros não as consideravam feitiçaria ou bruxaria, aos poucos
porém, sobretudo a partir das denuncias, investigações e abordagens da
inquisição, suas práticas passaram a ser “associadas” ás de feitiçaria,
chamando a atenção dos inquisidores. Ginzburg esclarece que para se
tornar um benandati era necessário nascer “empelicado”, isto é, sem romper a
membrana que envolve o feto, Os
Andarilhos do Bem, tinha a missão, sem alternativa de recusa, de quando
convocados lutar, junto com seu exército, contra feiticeiros e bruxas a favor
da fé e da fertilidade dos campos nos quatro tempos, em clara alusão as
estações do ano, quando venciam “as batalhas noturnas” havia abundancia durante
o ano e quando eram os adversários que venciam, reinavam as tempestades que
davam origem a penúria”.
Assim como no caso dos Andarilhos
do Bem, onde práticas rurais,
como as desempenhadas pelos “Benandanti”
foram associadas á bruxaria, entre os Azande, segundo, E. E.
Evans-Pritchard, a bruxaria desempenhava um papel em todas as
atividades da vida, inclusive na agricultura, pesca e caça (Pág: 49), Não
existe nicho ou recanto da cultura zande em que não se insinue. Se uma praga
ataca a colheita de amendoim, foi bruxaria; se o mato é batido em vão em busca
de caça, foi bruxaria; se as mulheres esvaziam laboriosamente a água de uma
lagoa e conseguem apenas uns míseros peixinhos, foi bruxaria; se as térmitas
não aparecem quando era hora de sua revoada, e uma noite fria é perdida à
espera de seu vôo, foi bruxaria; se uma esposa está mal-humorada e trata seu
marido com indiferença, foi bruxaria; se um príncipe está frio e distante com
seu súdito, foi bruxaria; se um rito mágico fracassa em seu propósito, foi
bruxaria; na verdade, qualquer insucesso ou infortúnio que se abata sobre
qualquer pessoa, a qualquer hora e em relação a qualquer das múltiplas
atividades da vida, ele pode ser atribuído à bruxaria.
Laura
de Mello e Souza ressalta que vários autores localiza a
ocorrência do Sabbat como marco para distinção entre bruxaria e feitiçaria na
europa, o Sabbat foi descrito pela
autora nos seguintes termos: (Grande assembleia demoníaca realizada em uma
clareira frequentadas por homens mulheres das mais diversas condições sociais
presidida pelo demônio ou um dos demônios auxiliares. O pacto com o demônio,
seria o elemento determinante dessa diferença (Entre Bruxas e Feiticeiras), só
as bruxas possuíam pactos demoníacos, enquanto as feiticeiras, como falamos
anteriormente, encarregavam-se de fabricar poções e filtros mágicos, as bruxas
realizariam o pacto, sujeição ao príncipe das trevas e conjuro de demônios,
invocados como auxiliares nas atividades maléficas, as bruxas, ao contrário das
feiticeiras realizavam suas atividades de forma coletiva em uma espécie de
seita demoníaca. Segundo a prática
antropológica a feiticeira invoca forças maléficas e trabalha com elas,
enquanto a bruxa, por sua vez é a própria fonte do mal, que dela emana. Essa
diferenciação não é desprovida de problemas há idiomas como o francês que não
diferenciam uma prática da outra.
E. E.
Evans-Pritchard estabelece algumas diferenças entre o
que seria feitiçaria e bruxaria entre os “Azande”,
segundo ele, o povo “zande”
acreditava que os feiticeiros podem fazê-los adoecer por meio da execução de
ritos mágicos que envolvem drogas maléficas. As bruxas, por sua vez, podem lhes
fazer mal em virtude de uma qualidade intrínseca. Um bruxo não pratica ritos,
não profere encantações e não possui drogas mágicas. Um ato de bruxaria é um
ato psíquico. Podemos notar aqui que o autor descreve práticas de bruxaria e
feitiçaria sempre em uma perspectiva maléfica, um pouco diferente de um dos
conceitos estabelecidos no texto Recriar África do autor James
Sweet que ao falar de
bruxaria e feitiçaria nos séculos XVII e XVIII no contexto africano dá um
caráter mais ambíguo a essas terminologias, segundo James Sweet, na
conjuntura citada (séculos XVII e XVIII), muitos observadores ocidentais
reduziram implicitamente as expressões religiosas africanas ao seu potencial
para o mal, ainda segundo ele, uma análise mais equilibrada teria de reconhecer
que a capacidade de controlar o mal era apenas um aspecto de um conjunto
complexo de poderes religiosos. Os Azande,
explica Evans-Pritchard, diferenciam claramente os bruxos dos
feiticeiros. Contra ambos empregam adivinhos, oráculos e drogas mágicas.
A
exemplo da autora Laura de Mello e Souza, Carlo
Ginzburg, também apresenta o “advento” do Sabbat, como divisor de águas no que diz respeito a definição das
praticas de bruxaria, Ginzburg,
em sua pesquisa sobre "Os Andarilhos do Bem" na região do “Friul”,
nordeste da Itália, com recorte que vai do final do século XVI até meados do
século XVII, valeu-se de fontes inquisitoriais, para desenvolver sua tese sobre
o processo em que, uma seita, com práticas e objetivos que claramente estavam
ligados a atividades de fertilidade rural, ao ser associado ao Sabbat,
ganhariam conotações de bruxaria, passando a ser, incluídos nos conceitos de
demonologia e sendo assim perseguidos pelo Santo Ofício. O autor (Carlo Ginzburg) trabalha, em seu
livro, na tênue linha que estabelecia uma divisão entre o que era considerado
uma atividade antiga de cunho rural avoltada pra fertilidade e o que se
considerava práticas de bruxaria ou feitiçaria.
Enquanto entre os Azande a bruxaria poderia
até mesmo causar um mal maior como a morte de uma pessoa, sendo, possível a
família da vítima iclusive reivindicar a vingança desse ente morto, um dos
conceitos de malevolencia apresentada por James Sweet, era justamente a condenação de práticas que viesse
a prejudicar outros, segundo ele, reccorrer a poderes religiosos para
prejudicar outras pessoas ou assegurar seu próprio sucesso, em vez de
contribuirem para o bem comum, era considerado malevolente e um dos sintomas clássicos
da malevolência para James Sweet era era o sofrimento injusto por parte
da vítima. No “Friul”, narrado por Gizburg,
as ações maléficas dos bruxos e feiticeiras eram diversas, todavia, vencer as
batalhas noturnas contra os “Benedanti”
eram uma das mais temidas, pois, causavam um periodo de infertidade, gerando
penuria, poderiam ainda, segundo exemplo citado pelo “benendanti” Gasparutto gerar pequenos preujuizos como os
causado quando, na volta das batalhas (Entre benandati contra as bruxas e
bruxos, em espírito) (...). Acalorados e cansados, se, ao passarem pelas casas,
encontram água clara e límpida nos baldes, bebem-na; caso contrário, vão à
adega e estragam o vinho”; por isso, aconselha Gasparutto, dirigindo-se (ao
padre) Sgabarizza, convém sempre ter em casa água limpa. Outro exemplo que explicita
o mal que as bruxas poderiam causar foi citado quando o autor trata do processo
de uma mulher, Sra. Florida, esposa de um notário acusada de ser benandate
esta, por sua vez em conversa com a vizinha afirma: "O que eles tem contra
mim? Se não fossemos nós, Os Benandanti, os feiticeiros comeriam as crianças
até nos berços.
Na abordagem da Laura
de Mello e Souza, fica claro
que o maior “malefício” atribuído as ações de bruxaria era o pacto com o
“diabo” e a consequente saída dos caminhos orientados pela igreja, contra esse
“mal” estabeleceu-se uma perseguição por parte da Igreja Católica em várias
ocasiões beirava a histeria, no texto A Feitiçaria na Europa Moderna são
narradas situações onde hábitos hoje considerados comuns como gostar de animais
e morar sozinha, entre outros, quase sempre com foco nas pessoas de sexo
feminino eram considerados sinais que poderiam levar a pessoa a se tornar uma suspeita
de práticas de bruxaria e feitiçaria.
A
proposta desse componente, os textos trabalhados e a metodologia utilizada possibilitou
um fascinante “mergulho” nesse tema que em princípio suscita no homem contemporaneo o impeto de
desconfiança e descrença, todavia, na condição de estudante de história a
abordagem desse tema precisa ir além dos eventos narrados, exigi esforço de
contextualização, investigar o lugar que tais crenças ocupavam naquela cultura,
como bem frisou Laura de Melo e Souza,
falando da europa moderna, existia uma lacuna na explicação de crises,
epidemias, fome, peste e legiões de marginalizados fatos que, demandavam de
explicações plausíveis a compreenção de todos, as bruxas e feiticeiras, ou
pessoas portadoras de pensamentos ante hegemonicos pareciam, dentro do contexto
cristão, um caminho para explicação de tais problemas. A partir das
contribuições da docente Juliana Torres foi possível contemplar esses fenomenos
narrados nos textos do componente com um olhar voltado a todas as
características, sem separar a crença em bruxaria e feitiçaria e tudo o que
isso produzia, do contexto social de cada população de sua forma de vida,
analizando esses pormenores é possível diminuir os preconceitos e esteriótipos,
para a partir daí, ter uma maior e mais completa compreenção desses eventos e de
sua “utilidade” no contexto em que existiram.
REFERENCIA BIBLIOGRAFICAS:
Os Andarilhos do Bem, Carlo Ginzburg
Feitiçaria na Europa
Moderna, Laura de Mello e Souza
Bruxaria, Oráculos e Magia
entre os Azande, Edward Evan
Evans-Pritchard
Recriar África, James
L. Sweet
José
Pedro Paiva, Bruxaria e Superstição num
país sem caça as Bruxas.
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