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quarta-feira, 15 de abril de 2020

Quem conheceu o Brasil, do início dos anos 2000, definitivamente tem dificuldade de entender o país do pré e pós-impeachment de Dilma Rousseff até o presente momento (15/04/2020)


... Quem conheceu o Brasil, do início dos anos 2000, definitivamente tem dificuldade de entender o país do pré e pós-impeachment de Dilma Rousseff até o presente momento... A “força tarefa” que uniu os poderes judiciário, legislativo e a mídia entre outros setores da sociedade para arrancar da presidência, sem crime de responsabilidade, uma PRESIDENTA eleita legitimamente provocou mudanças profundas e inesperadas no “tecido social brasileiro” e, sem dúvidas será, doravante, objeto dos mais diversos estudos e análises... ... No entanto, não há dúvidas de que uma característica marcante desse movimento que posteriormente se configurou sob forma do “bolsonarismo” é o negacionismo científico......  Nega-se tudo o que é produzido pela universidade... Todavia, Setores específicos do universo acadêmico tiveram a primazia nesse processo, as ciências humanas eram o alvo desde 2016, “ali” se discutiu na Câmara a proposta de diluição das disciplinas de Filosofia e Sociologia durante o ensino médio, mudando seu status, a partir dali elas não necessariamente seriam disciplinas obrigatórias, não houve reação (Com raras exceções dos próprios setores envolvidos). O negacionismo avançou dentro do modelo ideológico que ganharia as eleições de 2018, Agora não só História, Filosofia, Sociologia, Geografia eram negados, o jornalismo passou a ser alvo, e a “produção de fakes news” por grupos patrocinados por partidos políticos pretendiam substituir a “velha mídia”, jornalistas profissionais passaram a ser desrespeitados, mas era “necessário o sacrifício para tirar o PT”, com a eleição de Bolsonaro viu-se que havia-se ido longe demais... Acenderam-se as luzes de alerta, e hoje veículos que engajaram no GOLPE DE 2016 passaram a ter sua liberdade questionada, mas já era tarde...
A Pandemia trouxe a fase mais nefasta do negacionismo (até agora), a negação não é mais apenas das humanidades incluiu-se aí a “ciência queridinha” do modelo político vigente, a medicina. Médicos e centros de pesquisas farmacêuticas bem como orientações da Organização Mundial de Saúde passaram a ser relativizadas e questionadas em um momento onde tanto se depende da ciência no embate contra o Covid-19. Nos resta continuar lutando, contra o anticientificismo, contra a ignorância política a favor do jornalismo livre honesto e sobretudo para que tudo isso passe logo.


Alan Cardoso

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